E o mar se faz carne, e a carne é uma flor de mármore na lapela da cidade. Dentro da paisagem onírica "O Sonho dos Cavalos Selvagens", de Álvaro Pacheco. O galope glauco dos hipocampos, a face heráldica dos licornes, o galope altivo dos vocábulos de raça. E entre o leito do amor humano e a nostalgia do tempo em que os deuses penetravam a dimensão dos heróis surge este cantar da imensa solidão:
na hora da dor
você está sozinho
na hora do gozo
você está sozinho
na hora da morte
você está sozinho
você está sozinho
em todas as coisas importantes
você está sozinho
em todas as conseqüências
e qualquer que seja o peso
a carga é sua e, de fato
ninguém pode lhe ajudar.
E num grito que vai dos blocos de concreto armado ao sangue de Knossos, o poeta entrega à vida a nobreza de um epitáfio:
no futuro dirão:
esse, pelo menos tentou:
caiu, tentou levantar-se
andou, tentou permanência
amou, tentou o infinito
(viveu, tentou não morrer)
(Paulo Bonfim - in "DIÁRIO DE SÃO PAULO", 11.04.67)
8 comentários:
Vc NÃO está sózinha!
Um beijo Amiga!
adorei o texto. beijos grandes para as duas
Selma,
É só o texto... só o texto.
Beijinhos
Jorge,
Ele escreve de forma maravilhosa mesmo. Beijo pra vc também.
Ai, menina, tem hora que não sei o que dizer.
Fico pensando, pensando.
Sentindo, sentindo.
Deixando as palavras se acomodarem.
beijos
Minha amiga,
Com o texto que postaste... sinto-me sozinho, só... sem ninguém, mesmo!
Deixe-me ir, preciso andar...
Beijos,
Pedro
P.S.: escapei do mosteiro... tenho que voltar, ok?!
Perfeito, puro, doce, encantante!
Flores e estrelas..
Caramba, muito louco, tudo. A imagem então...que coisa bela!
Beijos.
Bela a imagem Mulher...
Bjs
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