fevereiro 16, 2009

Pra Você MULHER


Levante um pouquinho.
Caminhe até o espelho mais próximo.
Pare diante dele e olhe-se.
Se possível, vá se despindo, peça por peça.
Quando estiver completamente nua feche os olhos, conte até dez.
Agora lentamente olhe novamente a imagem que reflete no espelho.

Faça algumas perguntas:

- Onde me perdi de mim?
- Do que sou feita? Corpo ou alma?
- O que tenho a oferecer além da carne que me reveste?
- O que tem aqui dentro debaixo do peito (ou do silicone)?
- Será que há algum sentimento?
- O que quero pra mim?
- O que os outros olham em mim?
- O que estou fazendo de mim?

Parecem perguntas tão tolas, mas estamos esquecendo de nós, estamos só permitindo que os outros nos vejam do modo que desejam nos ver.
Estão nos olhando depressa demais.
Só olham o tamanho da bunda, se tem ou não forma de fruta (tipo mulher melancia, moranguinho, etc.).
Estamos esquecendo de fato o que somos. Talvez pela falta absurda de "homens no mercado" (écati! que horror falar assim).
O fato é que essa tamanha liberdade; a qual a mulher vem se permitindo, tem feito dela quase uma espécie de "material de consumo".
Feminista eu! (nenhum pouco).
É por ser completamente feminina que vim fazer este post aqui.
Ando com vergonha de ser mulher.
Mulher que ainda acredita na capacidade da conquista, que ainda acredita que o olhar fala mais que mil palavras, mulher que ainda espera pelo buquê de flores, mulher que ainda acredita que vence e vencerá o amor.
O que se vê, é só o que vem por fora, lá dentro ninguém olha.
Quanto mais burra melhor, bem mais fácil de: pegar, ficar, usar, trepar.
E depois! Como se fosse a casca da fruta é jogada fora.
Não é lição de moral não, não é puxão de orelha.
Pois de santa não tenho nada.
Tudo isso é pura constatação da realidade que vemos hoje em dia.
A culpa é deles? (dos homens?)
Não! (não só deles) A culpa é da mulher que não se dá o devido valor, que sai beijando qualquer boca antes mesmo de saber o nome do dono da boca.
A culpa é da maldita carência emocional, logo trocada pelo sexo fácil.
Pelo simples prazer de dizer no dia seguinte para "as amigas" e relatar a quantidade da noite anterior, ou seja: "Peguei!"
E a conquista?
Onde foi parar?
Cadê o friozinho na barriga?
Cadê o tremer de pernas?
Cadê os sonhos com príncipes encantados?
Por que não mais dizer: "Esse é meu namorado!"
Ninguém sente mais falta em andar de mãos dadas?
Cuide-se! Trate do seu corpo como se fosse um templo sagrado.
As pessoas (tanto vale para homens ou mulheres), só nos tratam do modo que permitimos sermos tratados.
Isso tudo foi um desabafo.
Mas eu pergunto:
Até quando? Até quando?
(Respeito a decisão de cada um. Não tenho nada com a vida dos outros, pago somente as minhas contas. Mas tenho o direito de achar o que acho. Que cada um faça da sua vida o que bem entender. )

13 comentários:

João Menéres disse...

CODINOME

Bom ouvir uma mulher falar assim tão claro.

Um beijo-flor.

Paula Barros disse...

Concordo com você. Não sou santa. Mas fico horrorizada com algumas atitudes.

abraços

Branca disse...

Belo post!


Passando pra te desejar uma ótima semana,

bjos!

Cris Medeiros disse...

Lindo post, minha amiga! Não sou lá muito romãntica e vc sabe disso, mas sou mulher e humana e vejo tudo isso que disse e sinto tb...

Beijocas

Menina do mar disse...

Urra!!
Que coisa mais linda!
Beijos e boa semana

Li disse...

Nossa!! Perfeita a sua colocação. Concordo plenamente com você amiga. A mulher perdeu o respeito pela essencia. O valor está hoje em dia, na casca. A vaidade tomou conta da cabeça e dos sentimentos. Houve uma inversão de valores. A corrida pela forma perfeita, está deixando para tras, valores essenciais.
Mas... fazer o que, né??
Hoje em dia mais vale uma bela bunda a um sorriso sincero!!
Beijo grande!!

Anônimo disse...

Parte do que você cita, eu atribuiria a uma imperadora chamada mídia. Ela vem denegrindo a imagem da mulher quando explora sua sensualidade e dá ênfase a relacionamentos descartáveis e casos extra conjugais. Ademais podemos dizer que não sabemos se somos nós mesmos ou se somos vitimas sendo levadas pela corrente dos fatos. E quando você relata isso, percebe-se que um clic bateu na tua cabeça e vc quer valorizar aquilo que efetivamente mexe com o sentimento humano - O Amor próprio - que anda na gaveta de muita gente.

Beijos minha querida!

Mirian Severo disse...

Sempre leio seus escrito e não tenho o habito de comentar, mas este em particular tocou minha alma em seus mais intimos recantos ...
Suas palavras bem postas declarão brilhantemente o que sinto ...

mundo azul disse...

_______________________________

Gostei do seu desabafo! Gostei do modo como dissertou as dúvidas e carências femininas...

Beijos de luz e o meu carinho!!!

__________________________________

blog do dudu santos disse...

Êta!!! Tem que falar assim mesmo!!Tudo em nome do amor....
bjo do artista

Késia Maximiano disse...

E pensar q ser mulher é tanto, nao é mesmo?
Adorei a colocação..
Beijo enorme...

Sonia Schmorantz disse...

Um texto que faz pensar..gostei.
beijo e boa semana

Anônimo disse...

Flor,

Amei a imagem, todas as colocações de suas palavras e sentido delas. É o que tenho observado ao longo desse tempo, e é uma tristeza que muitas mulheres se preocupem com a quantidade: de homens que "ficam" e quantidade de silicone nos seios, na bunda, nos lábios, enfim, tudo o que possa chamar de imediato a atenção. Não se preocupam com a parte interior que é o verdadeiro valor da conquista, a que muitas, acho, não sabem nem o significado. Eu concordo com "Um píá do sul" quando diz que a mídia é a responsável por tudo isto e acrescento, mais ainda pela quebra desses valores.

Parabéns pela sua postagem. Eu sempre penso em fazer estes questionamentos e outros em meu blog, e com isso você me dá coragem de escrever.

Enorme beijo linda!

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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