março 02, 2009

Das Vontades Que Eu Tive


Me deu vontade e fui em busca de realizar algumas delas.
Eu consegui: sentir o vento, ouvir os pássaros, respirar o cheiro de mato, elevar meu pensamento, andar de pés no chão, deitar relva, ver as estrelas, cantar baixinho.
Não realizei todas minhas vontades, mas o suficiente para saber que é possível conquistar um pouco do muito que sonhamos.
Na última sexta fui novamente para Ibiúna, lá no meio do mato, peguei a estrada a noitinha, em boa companhia, minha mãe e minha filha.
Cheguei a tempo de ouvir o grilo cantar, do sapo coaxar.
Vi o céu repleto de estrelas, tantas estrelas, tão grandes estrelas, que tive a sensação de que se esticasse meu braço, pudesse colher ao menos uma, como se fosse fruta apanhada do céu.
Para ficar mais gostoso ainda teve a presença de parentes queridos, meu tio e minha tia, minha prima, o esposo e a filhotinha.
Acordar cedinho ao som de um coro de passarinhos, olhar o céu e ver o sol, banho fresco, cheiro de café no ar, aroma de bolo de milho, pão quente, cural morninho, tudo feito com amor de mãe.
Ah! Um sonoro BOM DIA! Que era cheio de vibração, que anunciava que o dia de fato seria tudo de bom.
Tirar de dentro de mim a criança, brincar com a minha filha e com a minicriaturinha de apenas dois anos, que fez festa ao brincar com meus cabelos no fundo da piscina.
Eu só ouvia a voz da "pessoinha" tão pequenina que o tempo todo me dizia: "Não mexe, não mexe - Agora senta - Vira pra cá - Agora pra lá".
Eu sentia aquelas mãozinhas deslizar por meus cabelos, num carinho sem fim.
E mais um vez a voz falava: "Tá linda, tá linda, dá esse cabelo pra mim!"
O tempo passava na mesma velocidade que a água escorria daquelas mãozinhas.
Mas ao mesmo tempo eu saboreava cada segundo e agradecia antes que o tempo passasse.
O final de semana acabou, mas não acabou o bem que eu senti.

11 comentários:

aminhapele disse...

Um texto belíssimo.
Tive a sorte de passar este fim de semana com os meus três filhos.Uma coisa raríssima,por incompatibilidade de calendário e horário.
Também eu fiquei de papo cheio.
Um abraço.

poetaeusou . . . disse...

*
Triunvirato Sagrado,
Neta, Mãe, Avó,
,
Conchinhas Dourada de Paz,
deixo-vos
,
*

Cris Medeiros disse...

Com seu texto eu quase tenho vontade de pegar a estrada e ir pra um lugar assim... O problema é que gosto de fumaça de carro e cidade... rs... Mas vou escolher um lugar meio termo... rs

bjks

Anônimo disse...

Nossa! foi tão minuncioso o relato que você conseguiu me levar junto. Deu até pra sentir o canto do sabiá, o cheiro do café e a fumacinha do bolo. Depois de tudo isso voltar pra Sampa e sentir na pele um calor de quase 40 graus escutando um soldadinho tentando fazer sua pressão subir, garanto que te deu vontade de voltar pra lá.

Beijos

Deusa Odoyá disse...

Olá minha querida amiga.
Olha fiquei babndo de inveja.
Que maravilhoso poder estar ao lado de quem amamos, nossa mãe e filha.
desfrutar dessas tão iluminadas companhias.
Parabéns amiga, por te dar esse prazer.
Gostaria muito de fazer o mesmo, mas na cidade grande é outra coisa, correrias para trabalhar e ainda por cima, chegar em casa.
arrumação.
Beijos e mais semanas abençoadas como essa.
Fiquem na paz.
Beijinhos doces, minha amiga.
Obrigado por sua visita ao meu cantinho.
Regina Coeli.

Li disse...

Que delícia!!! Também tenho um paraíso assim... confesso que quando vou para lá, me falta coragem para voltar ao mundo real!
Mas mesmo o tempo sendo nosso inimigo, passando tão rápido, as lembranças dos momentos vividos, nos enchem de prazer e nos abastecem de energia.
Agradeço o carinho e as visitas ao meu cantinho!
Beijinhos

Eu disse...

Que lindo!
Nossa como é maravilhoso ler algo assim.
Gostei muito e a imagem é maravilhosa!
Já coloquei na minha galeria de imagens...rsrs

Um super beijo com meu carinho

EDUARDO POISL disse...

Obrigado pela visita e pelas belas palavras que me deixou, para mim foi muito importante.
Tenha uma boa semana cheia te amor.
Abraços. Eduardo Poisl

Danny Doo® disse...

EN EL CAMBIO ESTA LA EVOLUCION!

ॐ "Ya no quiero vivir con los temores
que prefiero entregarme a la ilusión
y lo que creo, defenderlo con firmeza,
sin historias que me abulten el colchón

Y si un día me siento transformado
y decido reorientar la dirección,
tomare un nuevo rumbo sin prejuicios
porque en el cambio esta la evolución

Evolucion, en el cambio esta la evolución

Que mi camino se encuentre iluminado
y la negrura no enturbie el corazón
discernimiento al escoger entre los frutos,
decision para subir otro escalón
Vivir el presente hacia el futuro
guardar el pasado en el arcón,
trabajar por el cambio de conciencia,
dibujar en el aire una canción"

Anônimo disse...

As vezes nossas vontades são tão simples de se realizar...
E na simplicidade e na companhia das pessoas queridas encontramos paz, aconchego e felicidade.

Lília Abreu disse...

Venho... de Lisboa, mas pertenço ao mundo
Cheguei... aqui, um local lindo , a que voltarei com mais tempo.
Obrigada por seguires o arco-íris. O Gustavo só honra e engrandece aquele espaço. Espaço que gostaria de ser uma partilha de conhecimentos cientificos do yoga do riso,da m/experiência, um contributo para sermos mais , das v/experiencias.
Sorrisos ternos do meu jardim. Volta sempre ! Eu aqui voltarei tb!
dulcineia
Venho... de Lisboa, mas pertenço ao mundo
Cheguei... aqui, um local lindo , a que voltareicom mais tempo.
Obrigada por seguires o arco-íris. O Gustavo só honra e engrandece aquele espaço. Espaço que gostaria de ser uma partilha de conhecimentos cientificos do yoga do riso,da m/experiência, um contributo para sermos mais , das v/experiencias.
Sorrisos ternos do meu jardim. Volta sempre ! Eu aqui voltarei tb!
Dulcineia
http://arco-irisdavida.blogspot.com/

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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