março 06, 2009

No Mesmo Eu

Quem de fato habita em mim?
A mãe? A filha? A mulher? A amiga? A profissional?
Nem sempre elas se encontram para me tornar uma só.
Na grande parte do dia sou apenas a profissional, tenho que deixar de lado a ternura da mãe, a carência da filha que quer colo, a mulher que esconde seus desejos mais íntimos, a amiga que ri frouxo ou chora junto.
Nem sempre posso ser o conjunto de tudo que sou.
Vou sendo aos pedaços, cada uma (de mim) na sua função.
Quantas vezes eu queria ser a outra (de mim) na função errada.
Nessa fase de crise, que vem atingindo o ambiente do trabalho, quantas vezes eu queria ser a filha e ter o colo da minha mãe para me sentir protegida, tirar do aconchego das palavras da minha mãe a sabedoria suficiente para decidir quem será o próximo da lista de demissões. Porém, só me resta a profissional que necessita da racionalidade desprovida de emoção, mas existe sim a emoção que eu sufoco, que eu omito e enterro.
Ontem, soube com tristeza da doença de um grande amigo, que já foi colega de trabalho, mas hoje é AMIGO na mais plena forma da palavra amizade, como conter as lágrimas no ambiente do trabalho a medida que a esposa dele me falava o resultado da biopsia, como controlar a vontade de pegar o primeiro voo e dar aos dois o abraço amigo que reconforta de alguma forma, nessa hora eu queria ser só a amiga, mas a responsabilidade da profissional foi mais necessária.
Voltar para casa e ser mãe da minha filhotinha, como ser forte perante ela depois carregar o peso dos fatos do dia, tirar de dentro de mim um restinho de força para não pedir para ela colo, isso mesmo, colo de filha. Mas encontrei o restinho e fui novamente mãe, ouvi o que ela me falava, dos acontecimentos da dia, das lições, das amiguinhas, de alguma forma ela me faz esquecer por alguns minutos o peso do meu dia.
Mas a mulher, poucas vezes vejo, mas ela existe sim e sabe que tem um alguém que mesmo longe se faz presente, a "Pessoa Linda" que diz: "Não deixe para amanhã o que você já deveria ter feito ontem cedo".
"Ontem cedo" - eu precisava de abraço, precisava de força para suportar o peso do dia.

7 comentários:

Anônimo disse...

De fato "Não deixar para amanhã o que já deveríamos ter feito ontem cedo" é exatamente por que não sabemos o dia de amanhã. Podemos estar cheio de oportunidades hoje, entre outras coisas como saúde, emprego, e demais situações favoráveis que não serão assim tão favoráveis em dias subsequentes. Aliás só Deus sabe o que o futuro nos reserva.

Muito Boa a mensagem de hoje, alvo de reflexões.

Beijos, Abraços e força pra todos nós.

blog do dudu santos disse...

Afinal somos um Mosaico cheio de pedrinhas , cada parte é um lado da nossa exist~encia, quando juntamos todas pedrinhas, somos tudo!!E como é bom ser tudo
bjo do artista

Eu disse...

Não é nada fácil uma vida de mulher...

Mas temos uma força imensa em nós e quando a gente pensa que ela vai faltar e quando mais fortes nos torna-mos...

Mas as vezes um colo faz bem...
carinho e amor alimentam a alma!

Feliz dia das mulheres!

Um beijo carinhoso

Menina do mar disse...

Oh minha amiga... que intenso, que belo, que triste...
Um beijo de força e coragem nesta etapa...

Sonia Schmorantz disse...

Vim deixar meu abraço, escutar esta musica linda e ler as pérolas que sempre deixa aqui.
beijo e lindo final de semana

Paula Barros disse...

Muito bom, está de arrepiar...

Por mais que tentamos não conseguimos ser a toda poderosa, e a temos que reconhecer esse limite e nos permitir ser.

Adorei!!!

beijos

EDUARDO POISL disse...

Na margem do mundo
além dos meus olhos,
Belo,
Sei que o exílio será sempre
verdejante de esperança,
O rio,
Que não podemos atravessar
corre eternamente.
(Samuel Menashe)

Tenha um lindo final de semana cheio de amor e paz no coração
Abraços: Eduardo Poisl

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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