fevereiro 26, 2007

Grandes Mulheres - III

Rachel de Queiroz dizia que não gostava de escrever e só o fazia para se sustentar. Ela começou a escrever para jornais aos 19 anos e nunca mais parou, tanto que considerava pequeno o número de livros que publicou. “Para mim, foram só cinco, (além de O Quinze, As Três Marias, Dôra, Doralina, O Galo de Ouro e Memorial de Maria Moura), pois os outros eram compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de escrever, mas porque precisava sustentar-me”, recorda ela. “Na verdade, eu não gosto de escrever e se eu morrer agora, não vão encontrar nada inédito na minha casa”.
Meu Deus!!! Quisera eu, não gostar de escrever também e escrever como ela escrevia.
Para ela... minha mais simples homenagem como toda admiração.



Geometria dos ventos

Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia.

(Poesia feita em homenagem ao poema
"Geometria dos Ventos" de Álvaro Pacheco)

2 comentários:

Jade disse...

Inspirada, ótima e malandra!! Usou seu talento prá ganhar dinheiro... quantos podem fazer isso né?
Beijos!!

MEHC disse...

O nosso Camilo Castelo Branco também escreveu, e muito bem, para se sustentar.Que maravilha de gente, não é? Cheios de talento, mesmo passando necessidade!

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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