Saudade, 1899 - óleo sobre tela - 197 X 101 cm
José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899)
Pinacoteca do Estado de São Paulo
José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899)
Pinacoteca do Estado de São Paulo
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Esta obra foi pintada em 1899, ano da morte de Almeida Júnior. Críticos supersticiosos falaram em premonição. Quem sabe? O baú semi-aberto, a fotografia na mão, a lágrima que escorre na face, a roupa do luto, tudo colabora com o sentimento da ausência e com a crescente atmosfera da Saudade. Infelizmente a imagem aqui não demonstra com clareza a lágrima que escorre. É lágrama de Saudade.
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Vejo a Saudade retratada de tantas formas: nas músicas, nos poemas, no tempo passado. Que sentimento é esse?! Que nos arrebata sem piedade, é pior que a dor da morte, porque a dor da morte acaba transformando-se em SAUDADE.
2 comentários:
Um duodécimo de dor...na Arte !
Hoje resolvi te visitar. Revi tua casa. Estavas entre cortinas velhas e desbotadas. Roupas que não sentem cheiro de corpos. Objetos soltos, trancados. E lá, estavas tu. Entre o tempo e a lembrança. Não no esquecimento. Espalhado nas coisas do passado – como tanto gostavas de ser. E como forma de resgate, a mesma de outros tempos, te busquei. Peguei-te. Olhei-te. E chorei por nós.
Estou a dizer-te da paixão, ainda. Então, não estás a ver? O meu preto concentra todas as cores do arco-íris. As minhas lágrimas me retornam pela boca. A tua casa a coloquei embaixo da janela. A mesma que abro de vez em quando para o sol entrar, nesse momento sublime. Assim o mundo pode te ver. E podes ver o mundo. Estás a perceber a claridade que dá cor à tua face? Estás feliz!
É essa felicidade(tua), que me faz te revisitar. É esse desejo(teu), de estar dentro do passado, que me faz acordar assombradamente todos os dias. Para te perceber. Para te penetrar. Para perpetuar a tua alma.
Estou a pegar-te. Para olhar-te. Para falar-te. Eu te tenho todo, inteiro. Os teus olhos. Tua boca. E teus ouvidos. Mas não me tenho. Vês como estamos em descompasso? novamente. Eu agora estou no passado. Lá, onde sempre estivestes. Mas você é presente – como a vida na noite silenciosa de Rachmaninov, com força ansiosa e obsedante.
Hoje vou também, descer o “Degrau do Inferno” :
Que viva sempre em mim minha paixão / e more em cada esquina do meu ser / e abra uma viagem de cantigas / saídas para um novo amanhecer / Que viva sempre em mim minha paixão / nascida para eu mais me desnudar / que corra livre pelas minhas veias / e seja o tudo que eu me puder dar / Que viva sempre em mim, degrau do inferno / o fogo, a labareda em que me cresto / os cravos do martírio em minhas mãos / porque não sou de amor, como te disse / mas do negro chicote da paixão.
Ruy Barata(poeta).
Pra mim saudade é a pior coisa que o homem não inventou.
Beijo e adorei seu espaço,
Alice
www.asmaravilhasdopaisdealice.blogger.com.br
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