maio 19, 2007

Um Pouco de Arte

Saudade, 1899 - óleo sobre tela - 197 X 101 cm
José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899)
Pinacoteca do Estado de São Paulo
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Esta obra foi pintada em 1899, ano da morte de Almeida Júnior. Críticos supersticiosos falaram em premonição. Quem sabe? O baú semi-aberto, a fotografia na mão, a lágrima que escorre na face, a roupa do luto, tudo colabora com o sentimento da ausência e com a crescente atmosfera da Saudade. Infelizmente a imagem aqui não demonstra com clareza a lágrima que escorre. É lágrama de Saudade.
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Vejo a Saudade retratada de tantas formas: nas músicas, nos poemas, no tempo passado. Que sentimento é esse?! Que nos arrebata sem piedade, é pior que a dor da morte, porque a dor da morte acaba transformando-se em SAUDADE.

2 comentários:

Anônimo disse...

Um duodécimo de dor...na Arte !

Hoje resolvi te visitar. Revi tua casa. Estavas entre cortinas velhas e desbotadas. Roupas que não sentem cheiro de corpos. Objetos soltos, trancados. E lá, estavas tu. Entre o tempo e a lembrança. Não no esquecimento. Espalhado nas coisas do passado – como tanto gostavas de ser. E como forma de resgate, a mesma de outros tempos, te busquei. Peguei-te. Olhei-te. E chorei por nós.

Estou a dizer-te da paixão, ainda. Então, não estás a ver? O meu preto concentra todas as cores do arco-íris. As minhas lágrimas me retornam pela boca. A tua casa a coloquei embaixo da janela. A mesma que abro de vez em quando para o sol entrar, nesse momento sublime. Assim o mundo pode te ver. E podes ver o mundo. Estás a perceber a claridade que dá cor à tua face? Estás feliz!

É essa felicidade(tua), que me faz te revisitar. É esse desejo(teu), de estar dentro do passado, que me faz acordar assombradamente todos os dias. Para te perceber. Para te penetrar. Para perpetuar a tua alma.

Estou a pegar-te. Para olhar-te. Para falar-te. Eu te tenho todo, inteiro. Os teus olhos. Tua boca. E teus ouvidos. Mas não me tenho. Vês como estamos em descompasso? novamente. Eu agora estou no passado. Lá, onde sempre estivestes. Mas você é presente – como a vida na noite silenciosa de Rachmaninov, com força ansiosa e obsedante.

Hoje vou também, descer o “Degrau do Inferno” :

Que viva sempre em mim minha paixão / e more em cada esquina do meu ser / e abra uma viagem de cantigas / saídas para um novo amanhecer / Que viva sempre em mim minha paixão / nascida para eu mais me desnudar / que corra livre pelas minhas veias / e seja o tudo que eu me puder dar / Que viva sempre em mim, degrau do inferno / o fogo, a labareda em que me cresto / os cravos do martírio em minhas mãos / porque não sou de amor, como te disse / mas do negro chicote da paixão.

Ruy Barata(poeta).

Anônimo disse...

Pra mim saudade é a pior coisa que o homem não inventou.

Beijo e adorei seu espaço,
Alice

www.asmaravilhasdopaisdealice.blogger.com.br

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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