Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que, um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
(De Eduardo Alves da Costa)
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que, um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
(De Eduardo Alves da Costa)
Cansei de não "dizer nada", não permito mais que me roubem as flores.
5 comentários:
Nos tempos que correm, temos de temer tudo e todos, mas ficar calados não o devemos fazer.
Todo o cuidado é pouco!
Um beijo,
Judite
Tem razão...
Demais!!
E a propósito.. amei a foto da flor...
Foi vc quem tirou??
Bjos
Sil
Se permitimos a violencia na sociedade, depois ela nos mata dentro da nossa casa...
Um excelente texto para pensar.
beijo e ótimo final de semana
Esta música LENHA (Zeca Baleiro), me trazem as flores de volta...
Bj flor!
E por ser tão fácil não dizer nada e viver mentindo para todos e nós mesmos, vivemos uma vida hipócrita de falsa satisfação, contentando-nos com pouco, sem pedir mais, sem grutar, sem aparecer, sem mostrar a face (dar a cara à tapa). Esse poema sempre me lembra da nossa posição frente à política - de como somos violentados e desrespeitados o tempo todo, uma violência cega, surda e silenciosa.
Abraço,
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