maio 13, 2010

Não Duvide Jamais


Não tinha como, a não ser que
eu lhe desse a minha cama e
no tapete eu fosse me deitar.
assim duas pessoas dormiriam
naquela casa.
Sobre mim, ali próximo no alto
ela jazia em camisola branca,
transparente que tentava esconder
o corpo torneado da mulher da
minha idade. Eu não me atrevia
olhar a moça que dormia, mas,
num cochilar, num piscar de
olhos, um tropeço. Um esbarrão na
minha cama improvisada e lá se
foi o sono que tardara pra chegar.
Um vulto branco desceu do leito e
seguiu rumo ao banheiro.
Ela era bela, mulher na faixa da idade
que eu gosto e mesmo que eu
não gostasse, aquele vulto
tiraria de mim qualquer tipo de
preconceito.
Fingi dormir e o vulto, chegou,
sentou-se na sua cama sobre
mim e fez da minha noite a melhor
das que já tive.
Com o braço encobrindo a testa de
maneira que ela não soubesse que
eu estava acordado, notei que a
sombra não tirava os olhos da
minha vergonha que na penumbra
inchava, crescia.
Retorci o corpo num gemido de
forma que deixei escapar da minha
roupa tudo aquilo que encheu os
olhos e a loucura dos desejos dela.

Silvio Afonso

2 comentários:

silvioafonso disse...

.

Tu não tens a minha idade,
com certeza eu tenho a tua. Sou
menino responsável, ancião
moleque de rua.
Não me digas que o tempo escolhe
com quem ele vai passar, pois
se passou por mim, não vi, mas
por você não passará.

silvioafonso








.

Renata Macedo disse...

era uma mulher por mais menina que fosse. Amei seu post.

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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