novembro 19, 2006

Um pouco de: LOPE DE VEGA



"O apaixonado nunca é feliz; a felicidade é o preço da audácia."


(Lope de Vega)



Félix Lope de Vega, também citado como Félix Lope de Vega Carpio ou Lope Félix de Vega Carpio, (25/11/1.562 - 27/08/1.635). Dramaturgo espanhol nascido em Madri, fundador da comédia espanhola e um dos mais prolíficos autores da literatura universal. De família modesta, estudou com os jesuítas e entrou depois para o serviço do bispo D. Jerônimo Manrique, que lhe proporcionou sólida formação e levou-o consigo a Alcalá de Henares, estudou na Universidade de Salamanca (1580-1582), serviu na Invencível Armada (1588), enviada contra a Inglaterra e sobrevivendo à derrota começou a escrever (1588). Foi secretário do Duque de Alba (1590) e mudou-se para Toledo e depois para Alba de Tormes. Após escrever sua primeira obra de sucesso, o romance La Arcadia (1598), voltou a Madri decidido a entregar-se à literatura, e foi ainda secretário do Duque de Sessa (1605). Já autor consagrado, estabeleceu-se definitivamente em Madri, mas com a morte da então esposa Juana e de um de seus filhos, sofreu uma forte crise espiritual que o levou a se tornar religioso (1610), ordenou-se (1614) e e foi nomeado oficial da Inquisição. Também famoso por seus vários casamentos, inúmeras aventuras amorosas extra-conjugais e escandalosos romances, que pareciam ampliar sua inspiração, entre eles Marta de Navares, a Amarílis de seus versos, que conheceu (1616) e com quem manteve um amor sacrílego que escandalizou Madri. A morte dela (1632), seguida de uma série de desgraças pessoais, mergulhou o poeta em profunda depressão, que se prolongaria até sua morte. De sua vastíssima produção literária, conhecem-se hoje como de sua autoria 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poesias líricas, cartas, romances, poemas épicos e burlescos, livros religiosos e históricos, entre eles os extensos poemas como La Dragontea (1598) e La Gatomaquia (1634), os poemas curtos Rimas (1604), Rimas sacras (1614), Romancero espiritual (1619) e a célebre écloga Amarilis (1633), uma impressionante homenagem à amada morta. Ainda são destaques por sua originalidade, os épicos Jerusalén conquistada (1609), o Pastores de Belém (1612) e o romance dramático La Dorotea (1632).
(Retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Félix_Lope_de_Vega)

"Repentinamente" ou "Soneto de Violante"
(Trad. de Carlos Maranhão)

Que eu fizesse um soneto quis Violante,
e logo ao seu comando me submeto;
quatorze versos dizem que é soneto,
e enganados os três, vamos adiante.

Jamais pensei achar uma consoante
e na metade estou de outro quarteto;
mas, se caminho já para um terceto,
nas quadras nada vejo que me espante.

No primeiro terceto vou entrando,
e parece que entrei com o pé direito,
porque fim, com este verso, lhe vou dando.

Já no segundo estou, e até suspeito
que vou os treze versos acabando:
conta se são quatorze, e . . . ei-lo, está feito!

2 comentários:

MEHC disse...

Esse soneto está o máximo. Cheio de bom humor e uma belissima, não fácil, tradução!

Anônimo disse...

Muito legal!! Super gostoso de ler, vou procurar mais coisas dele...
Quando eu era adolescente eu fiz um soneto... nem se compara é claro, mas foi muito legal fazer!!

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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