junho 16, 2008

António Melenas - "Em tuas águas ..."


Três meses... o céu ganhou um poeta, ficamos daqui, lendo e relendo seus versos, pois poeta não morre...ETERNIZA-SE.

Em tuas águas navego
Em ti
resumo o périplo
da minha volta ao mundo.
Fora de ti,
não há saída ou rumo
É em ti
que me salvo
... ou que me afundo.

Propício Ancoradouro
amena Enseada
em ti fundeei minha jangada
em tuas águas balouça
o meu escaler.

Fora do teu Mar
eu não sou nada
sou peixe
que estrebucha na areia calcinada
da praia
... até morrer

Em ti criei raiz
Em ti habito
Em ti me reconheço
Em ti palpito
Em ti eu esmoreço
Em ti resisto
Em ti eu caio
Em ti eu me levanto
Em ti eu choro e rio
Em ti eu desisto e recomeço
Em ti eu vivo
... Em ti pereço.

É de ti
que me nutro.

Em ti mergulho
Tu és Partida e Meta
a Flecha e o Alvo.

Em ti se anula e esbate
o meu orgulho
É em ti que me perco
... ou que me salvo

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O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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