julho 29, 2009

Da Chegada do Amor

Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.

Sem senãos.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.

Ah, eu sempre quis uma amor que amasse
.

(Elisa Lucinda - Poesia extraída do livro "Eu te amo e suas estréias", Editora Record - Rio de Janeiro, 1999)

20 comentários:

Romeu disse...

Durante a vida temos grandes momentos e o que eles tem de bom, é que depois de sentí-los ainda nos resta a felicidade de podermos recordá-los.
um abraço

Unknown disse...

Tudo bem minha querida!!Viagens,sonhos,realidades, saudades...é a vida no seu mosaico de tantas coisas, e como tem coisa !!
bjo do artista

Sil disse...

É cumprido, mas muito lindo....

Ah.. que dera tenhamos um amor assim.. completo...

Bjos

Deusa Odoyá disse...

Olá minha linda e querida amiga.
Gostaria muito de ter ido ao encontro de vcs. mas na data que foi eu tive um compromisso.
Meus emais estavam dando problemas, não estava conseguindo abrir, agora está mais ou menos.
Seu poema é de uma sensibilidade e terna aclamando o Amor.
Lindo, adorei.
Beijinhos doces,e muita paz.
Regina Coeli.
Obrigado amiga, por sua visita ao meu cantinho.

Jade disse...

Eu vou ver a Elisa Lucindaaaaaaaaaaaaaaa!!!
Eu adoro esse poema!!
Beijos!!

:.tossan® disse...

Bela poesia! Obrigado pela visita fiquei muito contente! Abraços

Xabonas disse...

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
(Fernando Pessoa)

................:-)

Everson Russo disse...

Belissimo poema, é justamente o que a gente idealiza, um amor ideial, sem defeitos, perfeito...e vamos segundo o sonho...beijos e um lindo dia...

...MEU UNIVERSO DE FELICIDADE disse...

aiai...adorei...
quanto tempo né? mas sempre com a certeza de que vir aqui é supresa e sensaçoes maravilhosas...

muitos beijos e continue como você é..HUMANA no sentido mais lindo e completo...

Silvana

Maristela disse...

Como é bom saber que ainda há pessoas sensíveis como vc. Adoro suas vistas.
Um abraço!

Menina do mar disse...

Linda poesia Flor :)
Combina na perfeição com aquilo que muitas vezes sentimos.
Bjos

lili laranjo disse...

Vim aaqui dizer que gostei do que li.
e agora sento e...

Café servido Aqui
Com carinho e sabedoria
Café quente e frio
Café doce e amargo...

Mas servido com tanto carinho
E por um amigo
Acaba por se torna...
O melhor café do dia...

Lili Laranjo

Vivian disse...

...olá menina!

Elisa Lucinda é fantástica,
e vc uma linda em trazê-la
aqui com este texto lindo
demais.

muahhhhhhh

Cleo disse...

Poesia linda. E não é ilusão, amores assim, existem.
Beijos Beija-Flor. e bom fim de semana.
Cleo

A.S. disse...

Eis um belissimo Poema!!!

Para ler, reler e voltar a ler!...


Meus beijos!

Leonor Varela disse...

"Se os teus sonhos estiverem nas nuvens, não te preocupes, pois estão no lugar certo; agora começa construir os alicerces".

Bom fim de semana
beijinhos

Hélia Barbosa disse...

Oi, querida!!

Acho que isso resume tudo mesmo: sempre quis um amor que amasse..."

Quando eu tinha 13 anos, entrei numa papelaria para comprar um cartão de aniversário para uma amiga. Porém, meus olhos se fixaram em um cartão romântico, de amor...

Eu não tinha namorado, nem pretendia ter, estava muito feliz na minha vida de menina-adolescente. Mas não conseguia desviar o olhar do cartão.

Comprei-o e o guardei no fundo de uma gaveta, no guarda-roupa... eu sabia que um dia haveria alguém para quem eu iria querer entregar o cartão!

Depois disso tive vários namoros, paqueras, ficantes... Na verdade, 4 namoros (nenhum durou mais de 6 meses!), um ficante que durou 6 anos (entre um namoro e outro...), uma grande paixão que me fez amadurecer, e muitos, muitos (tantos que não seria capaz de contar!) meninos que beijei "nos bailes da vida"!

Mas ninguém mereceu o cartão. e ninguém mereceu um "eu te amo" da minha boca. Morria de vontade de dizer isso, mas sou muito verdadeira... como nenhum era meu amor, eu nunca havia dito (embora já tivesse ouvido...)!

Até que um dia eu conehci um rapaz tão diferente dos outros! Ele me fazia sentir a mais especial das mulheres e se fez mais que especial pra mim também!

Ele não era perfeito, mas nós nos completávamos em nossas imperfeições...

Com ele conheci o amor, tão sonhado! Tirei o cartão da gaveta e dei a ele (estava amarelado... rsrs)... Disse meu primeiro "eu te amo" a um homem... e soube o que é ser amada, de verdade!

Estamos juntos há 17 anos, casados há 14...

Ah!

O cartão...

Era assim: na frente, um casal... sentados no chão, a mulher recostada no homem... em meio a natureza, numa paisagem meio que de sonho...

Com os dizeres:

"Eu nunca pensei que pudesse ser assim..."

Por dentro, estava escrito (sobre a mesma imagem, em preto e branco):

"... mas sempre esperei que fosse assim!"

Agora o cartão vive dentro do guarda-roupa, na gaveta... dele!

^^

Sim... pode ser assim!!

Beijos!!

Tozé Franco disse...

OLá Beija-flor.
Pouco a pouco estou voltando a visitar os amigos e a postar com mais frequência. vamos ver se dá para mangter.
Gostei do poema.´E verdade que há amores assim.
Um abraço desde este lado do Atlântico.

silvioafonso disse...

.


Eu pretendia falar da minha vida, do meu passado, do meu presente e se desse tempo, do futuro. Queria dizer que não sou avesso a mentiras ou não seria o menino que brinca em minha alma enquanto o Papai Noel não vem e não me esconderia da bruxa sob as saias da fada do entendimento dos meus amigos, assim como não adormeceria ao doce canto de minha mãe.
Eu queria muito ter um amigo que cresse nas minhas fantasias, em Deus e na felicidade. Eu queria tanta coisa e sobrevivo deste querer, mas não reclamo por não ver satisfeitas estas vontades, mas reclamo da fome dos meninos e das lágrimas dos idosos. Reclamo do analfabetismo na África e no Brasil mantido pelos ricos de dinheiro e pobres de generosidade. Reclamo do tempo que me dá esperiência, mas leva consigo toda a minha juventude.
Ah, como eu queria ter um amigo que não tivesse vergonha de mentir para me fazer crer que eu sou uma pessoa do bem, que sou educado e até me achasse bonito e, que me fizesse sorrir, de vez em quando.

silvioafonso.






.

Jorge disse...

chegou no silêncio de uma manhã de prata/
vestido de névoa e trajando um aguaceiro/
chegou pela hora em que a solidão nos mata/
fruto da aljava do imbele arqueiro.

entrou pela pele e provocou no pulso/
torrentes de suor e erupções de medo/
e a cada espasmo a cada novo impulso/
cresceu e vigorou como um segredo.

Agora já maduro tem brônzea armadura/
Resiste às intempéries no meu coração/
Quixotesco amante que a dor depura/
Hercúleo adamastor contra a solidão.

O Que Sou:

Um misto de:
Fracasso e conquista,
Coragem e medo,
Brutalidade e fragilidade,
Vida e morte, mulher e bicho,
Sonhos e pesadelos.
Sou um fio de esperança.

"Um misto de fracasso e de conquista.
Um medo transmutado de coragem.
Tão frágil como a rosa que se avista.
Brutal no cinzentismo da paisagem.
Assim mulher e bicho me retrato.
Mesclando o pesadelo com o sonho.
E vivo de incertezas... e me mato.
Num fio de esperança que reponho."
(Jorge)

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